Imprensa mundial condena a Ferrari pelo GP da Alemanha

No 'El País', vitória de Alonso teve a grandeza diminuída

A polêmica foi instalada pela Ferrari, neste domingo, no Grande Prêmio da Alemanha de Fórmula 1. Ao dar uma ordem indireta para que o brasileiro Felipe Massa, então líder, deixasse o companheiro espanhol Fernando Alonso ultrapassá-lo por estar mais rápido, a equipe voltou a ficar no centro das atenções da pior forma possível. A imprensa internacional destacou a medida tomada pela escuderia italiana e até mesmo os espanhóis demonstraram que o ocorrido não era o ideal.

"Fernando Alonso deu o golpe. O asturiano conquistou no Grande Prêmio da Alemanha a segunda vitória da temporada, 23ª da carreira, mas não celebrou com a grandeza de outras vezes. Havia um motivo. O asturiano venceu a corrida depois da equipe Ferrari enviar uma mensagem a Felipe Massa, dizendo de forma subliminar para deixar Alonso passar", escreveu Manel Serra, do "El País".

"A Fórmula 1 sai de uma polêmica e entra em outra. Desta vez, os olhares estiveram sobre a Ferrari no Grande Prêmio da Alemanha. O que seria uma grande dobradinha, muito merecida e emocionante, foi afetada pela forma pela qual se produziu", escreveu Miguel Sanz, do "Marca".

Através do rádio, a Ferrari não disse claramente ao brasileiro que a ordem era a de deixar Alonso assumir a primeira colocação. No entanto, as palavras do engenheiro Rob Smedley deram a entender que havia um código por trás da mensagem.

"Na volta 47, o engenheiro de Massa, Rob Smedley, disse ao piloto que 'Fernando é mais rápido do que você' e pediu a ele para confirmar se tinha 'entendido'", destacou Matt Beer, do "Autosport".

Alonso era mais rápido que Massa. Os tempos das voltas dos dois pilotos eram claros. No entanto, o espanhol não conseguia ultrapassar o companheiro na pista. Caso a Ferrari não tivesse dado a suposta ordem, dificilmente Alonso teria condições de conquistar a vitória.

"As ordens de equipes foram proibidas. Alonso tinha o direito de buscar a vitória. Mas, sem a comunicação de rádio, nunca teria sido capaz de ultrapassar o brasileiro. Isso é um fato", ressaltou Giusto Ferronato, da "Gazzetta dello Sport".